O Borboletário

– V1D4 L0K4??
–Não! Mãe, não é, exatamente, isso que você esta pensando...
– Ah, não? Foi exatamente isso que eu ouvi.
– Mana o que deu em você? Você usou Vodka ao invés de água para escovar os dentes?

– Vodka, Boate, V1d4 l0ka? Já chega!!! – disse ela, com um tom que eu nunca ouvira antes, se levantando da mesa.
– Calma Lisa! – papai tentou acalmá-la usando apenas a sua voz doce e tranquila, nem parecia que as mulheres da sua vida estavam prestes a declarar oficialmente a 3ª guerra mundial... – As meninas tem uma explicação pra tudo isso.
– É mãe, não precisa se alterar... – Nick não foi muito convincente em suas palavras.
– O que mais eu posso esperar de vocês? FILHOS? Eu tenho netos?

– NÃÃÃOOO!!! – Falamos ao mesmo tempo... – Mãe, você esta exagerando, somos maiores de idade, além do mais, ser v1d4 l0ka não quer dizer desajuizadas. Por favor, né... – Nick tentou pela segunda vez ser convincente em suas palavras, mas nada adiantou, a mamãe estava furiosa demais só por ouvir a palavra “B-O-A-T-E” seguida pela palavra “V-O-D-K-A”.
O Clima ficou tenso e então o papai decidiu quebrar o gelo... – Lisa, as meninas são maiores de idade, você não precisa trata-las desse jeito! – Eu amo o meu pai! Eu não me lembro de ter dito isso antes, eu disse?... – Por favor, querida, não as trate como crianças.

– É mãe, vamos conhecer a cidade? Você vai adorar! – Falei, esperando ansiosamente uma resposta positiva.

Graças ao meu pai, e depois de muita insistência de minha parte jurando que, além de “boates”, Bridgeport tinha lugares lindos de se ver, mamãe aceitou conhecer a cidade.  

Eu precisava de um guia turístico e não achei ninguém mais apropriado do que a Sam.
– Gatona?
– Fala minha loira!
– Preciso da sua ajuda!
– Eu mato, mas dar fim no corpo é com você... Não posso carregar peso.
 – HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! – rimos juntas!  Eu queria mesmo matar alguém, mas não agora... – Gata, meus pais estão na cidade e eu preciso levá-los a um lugar legal, eu não conheço nada por aqui, e a Nick também não pode me ajudar porque ela não conhece outro lugar que não seja movido a álcool... Então, qual você me sugere?
– O Borboletário! – disse ela – Não há lugar mais lindo em Bridge!
 – Sam, eu te amo! O que seria de mim sem você? Muito obrigado minha nutela!
 – De nada Amore! Precisando, é só falar!

Fomos ao Borboletário! Definitivamente não existia lugar mais lindo que este em Bridgeport. Eu queria mostrar a minha mãe a beleza dessa cidade e limpar a má impressão que ela estava ao meu respeito. E Falando em beleza, para minha surpresa, olha só quem eu encontrei perdidos em Bridge...  – David Veiga e Fábio Mello! – e um amigo muito lindo dos dois no qual não pude deixar de notar... – Não acredito... – disse enquanto me aproximava dos dois...  – Perdidos em Bridge?
– Oi, Will, tudo bem? Que surpresa te ver por aqui! Eu não sabia que você estava em Bridgeport.
– Surpresa maravilhosa! Pois é, Fábio, estou morando em Bridge e pretendo ficar por um longo tempo. Mas então, o que os trazem aqui?
– Eu vim para uma apresentação rápida na cidade e para uma entrevista numa rádio local.
 – Que coisa boa! Fico muito feliz em vê-los!

– Loilinha, quero aproveitar a oportunidade e te fazer um convite... – Falou David todo animado... – Próxima semana é o meu aniversário, vai ter farra e muita bebida!!! Vamos?
– Isso mesmo, você será a nossa convidada de honra... – Fábio como sempre, muito amistoso... – Por falar em honra... – Disse o amigo, lindo, deles – temos que ir agora, estamos em cima da hora.
 – Desculpa Will, mas temos mesmo que ir agora. Nos encontramos na próxima semana?
– Com toda certeza! Foi um prazer.

– Você tem meu número, pode me ligar. Tchau!
Nos despedimos, e os três se foram.  Eu mal via a hora de ir pra casa e ligar a rádio para ouvir essa tal entrevista. A voz do entrevistador era a coisa mais linda desse mundo.